Ecompor é um projeto de composição coletiva. Suas iniciativas oferecem ambientes e práticas que estimulam, facilitam e acompanham processos colaborativos através de linguagens artísticas como pintura, literatura e canção, buscando aproximar pessoas, relacionar suas ideias e poesias, vozes, traços e melodias, afirmando a cooperação como chave para transformações pessoais e sociais.
É lançado em 2016 na cidade de Araraquara com um vídeo de apresentação em que participam Liniker, Ekena, Vinicius Zurlo, Fabiola Beni, Guilherme Garboso, Raffa Paiva e Rodrigo Bottari. Desde então participou de feiras, editais, produziu eventos particulares e dezenas de oficinas, além das peças audiovisuais de muitos desses encontros, partilhando com o público virtual obras inéditas e lances dos processos criativos.
A partir desse material foi produzido o álbum Trato Convívio, lançado em 2022, que conta com 9 canções originais e a participação de mais de 40 compositores e compositoras, experientes e iniciantes, profissionais e amadores de todo o país e está disponível gratuitamente na internet.
Apresenta-se como uma tecnologia social, procurando fazer dialogar múltiplos saberes em um processo que é ao mesmo tempo artístico, terapêutico e educativo, promovendo experiências de participação, socialização e cidadania que pretendem superar o campo delimitado das oficinas e emergir como repertório sensível e prático nas situações cotidianas dos participantes, através do desenvolvimento de capacidades como observação, organização, escolha, comunicação, interação, transformação, experimentação, negociação, flexibilidade, resiliência, e tantas outras que o desafio de se relacionar provoca.
atividades
Atualmente o Ecompor dispõe de três caminhos para a ativação de uma composição coletiva. Eles podem ser trabalhados individualmente ou articulados.
Em todas as situações, serão propostas atividades iniciais variadas, como uma sessão breve de pintura coletiva, leitura e seleção de obras de base, construção e escuta de playlist coletiva de músicas, prática de desenho intuitivo e artesanatos com reutilização de materiais, para gradualmente fomentar o clima de confiança necessário para os movimentos grupais.
PINTURA
Sobre uma tela comum, as pessoas serão convidadas a experimentar modos de interação com os materiais, construindo pincéis, elaborando cores através de misturas, observando diferentes texturas e efeitos; modos de interação com as outras pessoas, através das pinceladas que se atravessam e provocam; e modos de interação com seus próprios gestos e o que os move. Ao final, poderemos ter como produto uma tela coletiva ou várias pequenas peças de arte.
ESCRITA
A atividade propõe um percurso gradual na direção de produzir textos poéticos. Fazendo uso de pequenas entradas, como a permuta de letras e palavras, suas combinações, construção cruzada de frases, sínteses pessoais e um recital, para ao final tentar produzir um único texto a partir da base criada.
CANÇÃO
Nesta oficina iremos fazer o percurso da escrita coletiva anteriormente citado. A partir das sínteses pessoais e a produção de pequenos textos, partiremos para a construção do texto comum e o abriremos simultaneamente para uma musicalidade através de sugestões rítmicas, harmônicas e melódicas até o desenvolvimento de uma pequena peça musical e a sua execução.
COMPOSIÇÃO
Compor, para nós, é uma tal processualidade que a cada lance renova os termos do jogo, dando vida própria a obra, que resiste em se dobrar à vontade dos compositores e compositoras, convocando, assim, modos de agir coletivos e dinâmicos.
palavras-chave
COLETIVIDADE
Trabalhamos a coletividade como um efeito de relação, aquilo que se passa entre o eu e o outro, e não necessariamente sua somatória. É preciso, portanto, que os corpos e seus mundos se desloquem, se transversalizem e se perpassem para suscitar campos possíveis de experiência de uma potencialização mútua e em contato com o presente.
PRESENÇA
Pensamos a presença em seus variados modos frente ao ilimitado campo de possíveis afecções que estamos imersos. O desafio em nossas práticas é estar próximo de uma certa medida do si mesmo em relação ao mundo que não sobreponha toda a experiência apenas com interpretações e traduções, nem se deixe invadir e submeter pelas forças externas.
RELAÇÃO
Tudo está em relação, tudo se afeta e interfere. Aqui nos propomos a experimentar maneiras e caminhos que nos levem a desenvolver corpo e repertório capazes de promover contatos e misturas, desviando de toda vontade de domínio, afirmando de modo prudente o jogo potente das diferenças.
ARTE
A arte oferece múltiplos campos para a passagem do nosso mundo sensível. Aquele conteúdo que não se satisfaz com os canais utilitários que frequentemente ocupam grande parte do nosso cotidiano. Desse modo nos convidam e amparam a desviar dos padrões de comportamento e produzir singularidade.
Preparamos um vídeo para contar um pouco mais
depoimentos
Lucca Greco
Campinas-SP
"A cada oportunidade de escrita coletiva aprendo mais sobre o que é se tornar outro. Não há nada como abandonar o próprio nome para se misturar numa só enunciação, em tudo que ela tem de imprevisível. Posso estranhar nos primeiros minutos, mas então esqueço do que disse ou escrevi, a autoria perde importância e dá lugar aos infinitos textos possíveis. É como improvisar uma música ambiente: exige a mesma dose de ousadia e de cuidado."
Lucia Helena
Araraquara-SP
"Foi um imenso prazer fazer parte do Projeto Ecompor, uma oficina extremamente interessante e diferente, os processos criativos a composição coletiva, pinturas, tons, texturas, telas e tintas, a integração em equipe foi sensacional, criar uma escrita, um poema e transformar em música foi incrível, e se relacionar com diversas pessoas é uma experiência muito boa. Agradeço a oportunidade de ter conhecido esse projeto e o trabalho que fizeram. Parabenizo toda a equipe."
Camilla R.
Araraquara-SP
"O ato de fazer arte em grupo pede algumas regulações de características que, embora por muitos vistas como essenciais, acabam enevoando esse processo; tais como o ego do autor e a impermeabilidade da obra. O encontro me aconteceu como um retiro ao inverso, onde, ao invés de fechar-se os olhos pro mundo para olharmos para dentro, parte-se de dentro para inserir-se no mundo - para estar entre as outras coisas que também estão."
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